Comparamos quanto pode custar cada atração em um dia de shows nos 5 maiores festivais do país; confira
Grandes filas com pessoas de diferentes tribos alinhadas, algumas com roupas super estilosas, outras apostando no conforto, mas todas esperando para atravessar os mesmos portões e adentrar um universo, no mínimo, especial: um festival de música. Essa cena é familiar para você? Se você é fã de música, provavelmente sim!
Para além dos portões, há festivais que proporcionam até 12 horas de evento com atrações nacionais e internacionais, para milhares de pessoas curtirem e dançarem ao som de diferentes ritmos musicais. Muitas vezes, o ingresso para acessar um dia de festival é páreo aos preços de ingressos para shows de uma banda só. Por isso, a equipe de jogos de roleta online da Betway resolveu analisar o que está por trás do custo-benefício dos maiores festivais de música do Brasil.
A equipe do buscador Mapa dos Festivais, consultada pela Betway, afirma que o maior festival do Brasil em termos de público é o Rock in Rio, que já marcou 700 mil visitantes ao longo dos sete dias de evento, segundo nota oficial liberada pela Approach Comunicação. Escolhemos, então, o Rock in Rio e outros 4 festivais para a nossa análise, sendo: Lollapalooza, João Rock, Villa Mix Goiânia e Planeta Brasil.
Breve história dos festivais de música brasileiros
A experiência dos festivais está ligada à cultura do mundo globalizado. “O começo da história dos festivais de música no Brasil pode ser entendido através do que ficou conhecido como ‘Era dos festivais’, que foram transmitidos ao vivo pela televisão”, esclarece a mestranda em história pela Unifesp Amanda Lucio, de 27 anos.
Marcando essa era, em 1965 ocorreu o Festival Nacional da Música Popular Brasileira, promovido pela TV Excelsior de São Paulo e Rio de Janeiro. À época, o evento tinha um formato de competição entre os artistas, inspirado no italiano Festival de Sanremo dos anos 50.
“Mesmo com a repressão instaurada pelos militares, ao longo da década de 1970 os ventos do Woodstock sopraram no Brasil, fazendo com que vários festivais ao ar livre fossem organizados, como o Festival de Verão de Guarapari em 1971, com a participação de Milton Nascimento, Novos Baianos, entre outros artistas, e o Festival de Águas Claras realizado 1975, que contou com edições também em 1981, 83 e 84”, relembra a historiadora.
O Rock in Rio, um dos principais nomes da atualidade, teve como inspiração o conhecido “Festival de Iacanga”, explica Amanda. “Foi um dos mais importantes do período, com apresentações de Walter Franco, Jorge Mautner, Luiz Gonzaga, Alceu Valença, João Gilberto, Erasmo Carlos e grandes outros nomes da música brasileira em suas suas edições, servindo de inspiração para festivais da década seguinte, como o Rock in Rio”, diz.
Por que ir a um festival?
Mais do que curtir várias horas de música, segundo a estudante Victoria Dourado, 26 anos, o festival permite o desbravamento de tipos inéditos de música, podendo expandir e agregar novos ritmos e bandas ao próprio repertório musical. “Além de tornar a experiência muito mais completa, podendo assistir a muitos artistas de uma vez”, afirma.
Segundo o portal R7, os shows da artista pop Katy Perry no Brasil em 2018, da Witness Tour, tinham ingressos entre R$113 e R$1.110. Para ver o artista Phil Collins no mesmo ano seria preciso desembolsar entre R$100 e R$760, afirmam registros do portal G1, sendo que quanto menor o preço, menor a proximidade com o palco e com a pista principal.
Leia também:
Também em 2018, os ingressos para 1 dia do conhecido festival Lollapalooza custaram R$700 (inteira), sendo que o passaporte garantiu a entrada do público para 3 palcos com 19 atrações distribuídas entre eles. Nesse formato, cada um pôde transitar e escolher qual palco mais agradava, além de passar um dia inteiro curtindo música, conhecendo pessoas e novas bandas, além de não ter uma divisão de pistas entre Premium e Normal. Sendo assim, algum investimento vale mais a pena do que o outro?
Na verdade, são propostas diferenciadas. O que move um investimento de até R$1.1000 em um ingresso para o show solo de uma grande cantora pop, como a Katy Perry, muitas vezes é a grande paixão de um fã por um artista, é um estímulo emocional. “Nossas decisões de compra são em mais de 80% dos casos emocionais e disparadas não pelo preço em si, mas pela percepção de valor”, explica o economista comportamental Marcio Nami, de 53 anos.
E sabe aquele momento no qual os ingressos são liberados, todos estão comprando e você está na fila online esperando a sua vez, cheio de ansiedade e medo de não conseguir os seus, por que a qualquer momento os lotes podem esgotar? A especialista em finanças Luciana Ikedo, 44 anos, explica que isso também é o que move o impulso da compra. “Está relacionado também a estar em um lugar VIP, selecionado para poucas pessoas. Está muito ligado com o gatilho da escassez”, afirma.
Por isso, se o que você quer é conhecer novas bandas, diferentes ritmos e ainda ver shows das bandas que você é fã de verdade, os festivais de música são, no fim, sempre um bom investimento.
Agora, qual o real custo-benefício dos maiores festivais de música espalhados pelo Brasil? Com base em uma equação desenhada com suporte do matemático Thiago Dutra de Araújo e usando valores médios encontrados em menções oficiais e reportagens de portais como G1 e Veja, sugerimos um cálculo para descobrir qual o festival mais compensa:
Nessa conta, usamos de base um ingresso (valor inteira e primeiro lote) para 1 dia de festival, uma consumação básica com no mínimo 2 alimentos e 5 águas, além do valor do deslocamento via transporte público calculado a partir do marco zero da cidade. Sendo assim, o investimento médio para curtir um dia do maior festival do Brasil, o Rock in Rio, seria R$745. Dividindo pelas, no mínimo, 14 atrações disponíveis em um único dia (número que pode mudar de ano para ano), cada show custaria R$53.
Seguindo a mesma lógica, cada um dos shows de bandas brasileiras e internacionais dos ritmos indie, pop e rock que você pode curtir em um dia de Lollapalooza teoricamente podem custar R$32.
No João Rock, famoso festival que celebra o rock n’ roll e a música brasileira, você pode escolher entre uma média de 24 atrações (lembrando que esses números mudam de edição para edição), se alimentar e garantir o transporte a partir do marco zero da cidade com um investimento médio de R$455, totalizando R$18,90 por show.
Os ingressos para o Villa Mix Goiânia dividem-se entre feminino e masculino, mas o festival é o que aponta a menor média de atrações diárias: 9, resultando em um investimento mais alto por show, como apontado no infográfico. Apesar de muito famoso pelas atrações sertanejas, nomes como Nick Jonas e Liam Payne já agitaram o festival goiano.
O evento que, na conta proposta pela Betway, demonstrou o melhor custo-benefício em relação ao preço estimado para transporte, alimentação e número de atrações disponíveis no line up foi o mineiro Planeta Brasil, contando inclusive com artistas internacionais de grande porte, como o rapper Wiz Khalifa e a banda de hard rock Guns n’ Roses.
O Planeta
Com a primeira edição datada em 2009, o festival promete entregar em 2022 o maior Planeta de todos. Famoso por misturar diferentes gingas e ritmos, o Planeta já contou com a presença de nomes gigantes da música nacional e internacional, como Jorge Ben Jor, Planet Hemp, o mineiro residente Djonga, o rapper norte-americano internacional Tyga e este ano recebe a cantora e compositora Lauryn Hill. Já pensou poder curtir shows dessas proporções por menos de R$20, dividindo o investimento total por cada atração?
Victoria Dourado já frequentou outros festivais, como Lollapalooza, mas afirma ser fã do Planeta Brasil – não à toa, apesar de morar em São Paulo, já marcou presença em mais de uma edição do evento famoso por agitar Minas Gerais. Para quem ainda não o conhece e ainda precisa de mais alguns motivos, ela ressalta: “o Planeta geralmente oferece uma estrutura muito boa, com palcos grandes e espaço amplo, no Mineirão. Também concentram um line up muito bom sempre, com artistas nacionais e internacionais de grande porte, o que acontece poucas vezes por ano.”
Então, é claro: se o seu artista preferido vier para o Brasil apenas em um show solo, havendo condições financeiras para garantir os ingressos, o investimento sempre compensará, por ser um valor emocional. Porém, se o que você busca é um dia inteiro de experiências inéditas e diferentes ritmos musicais, o festival vai vale cada centavo: e o valor por atração sai muito mais em conta!