Bia Haddad e Luisa Stefani são os principais nomes do tênis brasileiro atualmente; veja quais atletas acompanhar em 2022
O Brasil não está entre as potências mundiais do tênis e dificilmente consegue ser representado nos grandes torneios da modalidade, como os Grand Slams, nas chaves simples. Há alguns anos, principalmente entre os homens, a representatividade acontece no jogo de duplas. A trajetória masculina parece ter inspirado as mulheres, que estão em alta e são destaques para o país em 2022.
Bia Haddad, que recentemente foi vice-campeã em duplas no Australian Open de forma surpreendente, puxa a fila de nomes para ‘ficar de olho’ no tênis brasileiro. A paulista de 25 anos montou às pressas uma dupla com a cazaque Anna Danilina para disputas na Austrália e conseguiu chegar à decisão do Grand Slam local. A improvisação forçada aconteceu depois que a argentina Nadia Podoroska, sua ‘primeira opção’, sofreu uma lesão de última hora.
Mesmo assim, Haddad e Danilina brilharam no primeiro slam do ano e só foram derrotadas na final, para as tchecas Katerina Siniakova e Barbora Krejcikova, número 1 e 2 do mundo na modalidade, respectivamente.
Além de Bia Haddad, outra brasileira ganhou bastante destaque no fim da temporada passada: Luisa Stefani. A tenista só não começou 2022 em alta por conta de uma lesão no joelho, mas a expectativa é que ela retorne ainda no primeiro semestre e represente o tênis nacional na elite.
Entre os homens, alguns nomes ganham também alguma notoriedade, principalmente nas duplas. A seguir, veja quais são os tenistas brasileiros para ficar de olho em 2022.
Bia Haddad
Pelas circunstâncias do momento, Bia Haddad aparece como o principal nome do tênis brasileiro em 2022. A paulista de 25 anos emendou o título no WTA 500 de Sydney no vice-campeonato do Australian Open e ganhou confiança para a temporada que se inicia.
Em conversa com jornalistas por videoconferência após chegar à final de duplas do Australian Open, Bia Haddad enfatizou que sua preferência é ainda o circuito de simples, mas admitiu a possibilidade de estar no WTA Finals, que reúne as oito melhores duplas do ano no final da temporada.
“Minha prioridade é simples e vai continuar sendo simples. Acho que a dupla tem muito a me agregar. Quanto mais eu estiver viva na rede, quanto mais eu sacar em momentos de pressão, devolver em momentos de pressão. (…) Foi algo que a gente não tinha planejado [vice no Australian Open], mas se eu jogar de 25 a 30 semanas de torneios de simples no ano, eu vou jogar 15 de duplas. Os torneios maiores, com certeza. Algumas semanas, a gente [Bia e Danilina] vai acabar fazendo, mas a minha prioridade vai ser simples”, destacou a tenista brasileira.
Vale destacar que para o WTA Finals é considerado apenas os resultados de 2022, e a brasileira e a cazaque, vice-campeãs na Austrália, já saem em vantagem em relação a algumas concorrentes pelo top-8. Atualmente, Haddad é número 40 do ranking de duplas e 73 do mundo na chave individual.
Luisa Stefani
Antes de Haddad ser uma grata surpresa para o Brasil no Australian Open 2022, outra tenista havia brilhado e carregava o país de expectativas: Luisa Stefani, atual número 11 do mundo em duplas.
A paulistana de 24 anos fez um 2021 praticamente impecável e se tornou a primeira mulher brasileira a terminar uma temporada no top-10 do ranking da WTA. “Fico muito feliz e orgulhosa de terminar no top-10. Sempre foi um objetivo que tracei e um sonho. Agora é seguir firme na recuperação para voltar saudável, para continuar competindo, que é o que mais gosto de fazer”, afirmou a tenista, quando subiu no ranking.
Como a própria atleta cita acima, uma lesão preocupante no joelho fez com que o 2021 de Luisa Stefani não fosse perfeito. Ela jogava a semifinal de duplas no US Open, mas precisou abandonar após romper o ligamento cruzado do joelho. Ela trata a lesão desde então e vive a expectativa de retornar às disputas em maio, conforme revelado em entrevista ao blog “Saque e Voleio”, do UOL.
Entre os feitos de Stefani em 2021, todos no jogo de duplas, estão a conquista do WTA 1000 de Montreal, no Canadá, e o vice no WTA 1000 de Cincinnati. Além disso, ela participou de finais em Miami, Adelaide, Abu Dhabi e San Jose e conquistou o bronze nas Olimpíadas de Tóquio, ao lado de Laura Pigossi.
Bruno Soares
Entre os homens, o experiente Bruno Soares sempre está no radar dos fãs que torcem por brasileiros no tênis. Bicampeão do US Open (2016 e 2020) e campeão do Australian Open (2016) em duplas, o mineiro de 39 anos é um dos mais experientes da categoria e também o mais bem ranqueado entre os brasileiros: Bruno ocupa a 17ª colocação no ranking da ATP (duplas), faz parceria com o britânico Jamie Murray e sempre é um nome importante para o país.
Marcelo Melo
Assim como os brasileiros citados acima, Marcelo Melo é outro jogador de duplas. Também mineiro, ele é mais um atleta experiente do circuito (38 anos) e com títulos importantes. Melo já venceu Roland Garros (2015) e Wimbledon (2017) e atualmente entra em quadra ao lado do croata Ivan Dodig.
Thiago Monteiro
O cearense Thiago Monteiro também é um nome interessante para o fã de tênis acompanhar em 2022. Em queda no ranking – o atleta ocupa atualmente a posição de número 104 –, o canhoto é um dos melhores do país no simples, principalmente quando joga no saibro. No currículo, coleciona conquistas recentes em Punta del Este (2020) e Braga (2021).
Ele já venceu o francês Jo-Wilfried Tsonga (então 9º do mundo) na estreia do Rio Open em 2016 e avançou até a terceira rodada de Roland Garros, em 2020. Monteiro está com 27 anos e pode conseguir algumas vitórias para o Brasil na temporada.