Treinador retorna ao time masculino para a disputa dos Jogos Olímpicos de Paris-2024; confira a lista de títulos do veterano
É difícil dissociar a seleção brasileira masculina de vôlei de Bernardinho. O treinador de 64 anos é um dos principais nomes da modalidade no país e principal referência da amarelinha – ele foi o treinador da equipe principal por 15 anos (2001-2016) e agora volta para o cargo.
Em dezembro de 2023, Bernardinho retornou para a seleção masculina de vôlei. Ele foi o escolhido para substituir Renan Dal Zotto, que pediu demissão após a classificação brasileira para as Olimpíadas de Paris-2024, que acontece entre julho e agosto.
“Com a decisão pessoal do Renan de se afastar momentaneamente do voleibol e da seleção brasileira, eu reassumo esse cargo no intuito de dar continuidade ao belo trabalho feito. Espero contribuir de alguma forma com a minha experiência para que a gente possa buscar a tão almejada medalha em Paris”, afirmou Bernardinho ao ‘ge’, assim que retornou à seleção.
De volta ao cargo de técnico, Bernardinho agora acumula duas funções na Confederação Brasileira de Vôlei. Desde setembro de 2023, o profissional é coordenador das seleções masculinas, gerenciando todas as equipes de base e a adulta. Ele não deixará a função, acumulando os dois cargos até os Jogos Olímpicos. Ele também é o técnico do Sesc-Flamengo.
“Bernardinho tem seu nome escrito na história do esporte mundial, é uma felicidade para o vôlei brasileiro contar com um profissional com esse talento e histórico. Ele já estava atuando como coordenador técnico das equipes masculinas adultas e de base, em um trabalho integrado que visa os Jogos Olímpicos de 2024, 2028 e 2032. Esse projeto continua, e neste momento, nada mais natural do que ele assumir o comando da seleção adulta. Fizemos o convite e ele aceitou o desafio de acumular os dois cargos até o fim deste ciclo olímpico”, diz Radamés Lattari, presidente da CBV, assim que o técnico foi anunciado, em 27 de dezembro do ano passado.
Títulos de Bernardinho pela Seleção
Bernardinho é o técnico mais experiente do vôlei brasileiro. Em Paris, será a oitava vez que o profissional representará o Brasil em Jogos Olímpicos. Ele comandou o time principal masculino de 2001 a 2016, acumulando uma série de títulos no período.
Mas, o veterano, que retorna para a disputa em Paris, também tem conquistas como jogador e comandando a seleção feminina. No total, são sete medalhas olímpicas, com o treinador ausentando-se apenas do Jogos de Tóquio, em 2020.
- Olimpíada de Los Angeles-1984 – medalha de prata (como jogador)
- Olimpíada de Atlanta-1996 – medalha de bronze (técnico da seleção feminina)
- Olimpíada de Sydney-2000 – medalha de bronze (técnico da seleção feminina)
- Olimpíada de Atenas-2004 – medalha de ouro (técnico da seleção masculina)
- Olimpíada de Pequim-2008 – medalha de prata (técnico da seleção masculina)
- Olimpíada de Londres-2012 – medalha de prata (técnico da seleção masculina)
- Olimpíada do Rio-2016 – medalha de ouro (técnico da seleção masculina)
- Três títulos mundiais (técnico da seleção masculina)
- Duas Copas do Mundo (técnico da seleção masculina)
- Oito Ligas Mundiais (técnico da seleção masculina)
Passagem de Bernardinho pela França
A seleção brasileira masculina de vôlei teve somente dois treinadores no século: Bernardinho (2001-2016) e Renan Dal Zotto (2017-2023). Neste período longe da amarelinha, Bernardo Rezende seguiu no comando de clubes e teve uma experiência no exterior.
Depois das Olimpíadas de Tóquio, o brasileiro foi convidado para comandar a seleção da França, anfitriã dos Jogos em Paris. O profissional, no entanto, não permaneceu no cargo por muito tempo. Bernardinho dirigiu os atuais campeões olímpicos por sete meses, de agosto de 2021 a março de 2022, e retornou ao Brasil alegando motivos pessoais.
À época, ele havia se separado da ex-jogadora Fernanda Venturini e preferiu voltar para casa para ficar com a família.
“Desde meu divórcio, a situação tem sido um pouco difícil com minhas duas filhas. A mais nova sofreu com a separação. Eu a vi chorando várias vezes. Psicologicamente ela estava mal. Discutimos, mas percebi que não podia deixá-la sozinha. Ela está com a mãe dela, mas eu não podia ir embora”, afirmou Bernardinho, em abril de 2022.
“A decisão foi a mais difícil da minha vida. Não é fácil abandonar um projeto tão bonito, tão especial”, acrescentou.
Se a ideia dos franceses era ter o experiente treinador nos Jogos em casa, em que luta pelo bicampeonato consecutivo, a França agora terá Bernardinho como adversário, no lugar onde o treinador tem as maiores glórias da carreira no voleibol.