Ronaldo, Messi ou Cristiano Ronaldo. Quem foi melhor?

Dois ainda estão na ativa, mas essa discussão já permeia as mesas de bares e fóruns em redes sociais há algum tempo, e nós vamos dar nosso pitaco.
Vamos começar este artigo dizendo o óbvio: os 3 estão entre os maiores jogadores de todos os tempos.
Com isso fora do caminho, vamos analisar argumentos que Ronaldo Fenômeno, Lionel Messi e Cristiano Ronaldo têm para serem considerados, se não o melhor de todos os tempos, pelo menos o melhor entre estes três gênios.
Claro que há a discussão se Messi está no mesmo nível de Pelé e Maradona, e a mesma discussão coloca o português na mesma onda, mas nós vamos tirar outro fato importante do caminho: nenhum dos 3 está no nível de Pelé e Maradona.
Mas quais são os critérios para decidir se um jogador é um dos melhores, ou o melhor de alguma coisa? Claro, há uma série de números que costumam corroborar uma escolha como essa, mas este nem sempre é o caso. Zico, por exemplo, é considerado um dos maiores craques da história e nunca ganhou uma Copa do Mundo. Sobre este assunto, o que dá para ser dito é “azar da Copa que nunca teve Zico como campeão”.
Neste caso, o mesmo pode ser dito sobre Messi e Cristiano Ronaldo. O gajo ainda joga em uma seleção que foi conquistar seus primeiros títulos apenas nesta década, então é compreensível que Portugal não seja considerada uma forte candidata a um mundial.
A Argentina, por outro lado, sempre entra como uma das favoritas, mas desde 1994, decepciona. Com exceção de 2014, quando chegou à final, suas campanhas foram medíocres, na melhor das hipóteses. E nem a presença de Messi parece mudar este cenário, tendo em vista a eliminação precoce na Rússia em 2018.
Números
Como dissemos, números costumam corroborar com afirmações tão pesadas como a que estamos tentando fazer aqui, então vamos botar os números no papel.
Ronaldo marcou 419 gols na carreira, em 623 jogos como profissional, contando partidas por Cruzeiro, PSV, Barcelona, Internazionale, Real Madrid, Milan, Corinthians e Seleção Brasileira (sem contar competições sub-23). Isso lhe rende uma média 0,67 gols por jogo.
Em questão de conquistas individuais, Ronaldo acumulou 3 prêmios de Melhor do Mundo FIFA em 1996, 1997 e 2002. Já em títulos relevantes, que são campeonatos nacionais de primeiro escalão, campeonatos continentais e internacionais, o Fenômeno tem 9 conquistas: 2 Copa do Brasil (Cruzeiro em 1993 e Corinthians em 2009), 1 Copa del Rey (Barcelona em 1997), 1 Mundial de Clubes (Real Madrid em 2002), 1 Campeonato Espanhol (Real Madrid em 2003), 2 Copa do Mundo (1994 e 2002) e 2 Copa América (1997 e 1999).
Já Messi tem 828 jogos como profissional, e soma 672 gols na carreira, sendo 604 pelo Barcelona e 68 pela Seleção Argentina. A média é de 0,81 gols por jogo.
O Hermano tem 6 títulos de Melhor Jogador do Mundo, com a última conquista ainda este ano. As outras 5 foram em 2009, 2010, 2011, 2012 e 2015.
Já em títulos coletivos, Messi ainda está devendo uma taça para o povo argentino, mas com a camisa do time azul-grená, as coisas são bem diferentes.
São 6 Copa del Rey, 10 títulos da La Liga, 4 conquistas de Liga dos Campeões e 3 Mundial de Clubes, totalizando 23 títulos de importância na carreira.
Por fim, o craque português Cristiano Ronaldo tem 972 jogos e 698 gols na carreira, sendo 31 partidas e 5 gols com o Sporting, 292 jogos e mais 118 gols com o Manchester United, incríveis 450 gols em 438 jogos pelo Real Madrid e 32 gols em 51 jogos pela Juventus, além 160 partidas e 93 gols pela seleção nacional de Portugal. A média é de 0,71 gols por jogo.
Ele venceu 5 vezes o título de Melhor do Mundo, em 2008, 2013, 2014, 2016 e 2017.
Por seus clubes e seleção, CR7 tem 18 títulos, incluindo 3 Premier League (2007, 2008 e 2009), 1 Copa da Inglaterra (2004), 2 Copa del Rey (2011 e 2014), 2 La Liga (2012 e 2017), 5 Liga dos Campeões (2008 com o Manchester United e 2013, 2016, 2017 e 2018 pelo Real Madrid) e 4 Mundial de Clubes (2008 pelo United e 2014, 2016 e 2017 pelo Real Madrid). Ele ainda venceu uma Eurocopa pela seleção portuguesa, em 2016.
Portanto, se utilizarmos apenas números, é justo dizer que Messi está à frente. Sua média de gols é melhor, o número de títulos relevantes é maior. Mas futebol não se resume à números. Como dissemos antes, eles podem corroborar uma tese. Porém, eles não podem criar uma, e é por isso que a discussão precisa ser mais profunda do que isso.
Além dos números
Os números não podem ser analisados friamente. Ronaldo, por exemplo, não tem muitos títulos, mas tem duas Copas do Mundo, e nós acreditamos que isso tem que ter um peso maior, mesmo que ele não tenha jogado nos Estados Unidos.
O Fenômeno também teve uma carreira atormentada por lesões. Por 3 vezes, Ronaldo sofreu contusões graves nos joelhos, que o deixaram encostado por meses seguidos. Somados os tempos de cada lesão mais significativa, Ronaldo perdeu aproximadamente 3 anos de carreira. Além disso, é de se imaginar que, após lesões de tamanha gravidade, um jogador não voltasse jogando no mesmo nível. Mesmo com dores constantes, problemas de peso e joelhos frágeis, Ronaldo seguia como um jogador completamente dominante, atestando que, salvo suas lesões, teria números ainda mais impressionantes.
Por este critério, é justo dar um peso maior, também, às conquistas de Cristiano Ronaldo. Ele venceu 5 vezes a Liga dos Campeões, e somado ao título da Eurocopa por Portugal, também pode ter um bônus nesta questão. O gajo também tem em ao seu lado o fator de liderança. Ele se desenvolveu em um grande líder das equipes em que passou, fazendo de seus companheiros ainda melhores do que antes. Um atestado disso é ver o que aconteceu com o Real Madrid após sua saída.
Messi, por outro lado, é o principal jogador de uma equipe que revolucionou o futebol. Mais do que títulos, o Barcelona de Pep Guardiola, que tinha em Messi seu principal trunfo, mostrou ao mundo um estilo de jogo que se assemelhava muito ao da Holanda de 1974, comandada por Rinus Michels e Johann Cruyff, com posse de bola total durante toda a partida, muita pressão ao adversário e movimentação constante de seus jogadores.
Contexto histórico
Vamos tirar mais uma surpresa da frente? Então, lá vai. Nós achamos que Ronaldo Fenômeno ainda está à frente de Messi e Cristiano Ronaldo.
Ronaldo poderia ter sido muito maior do que foi, com ênfase no “poderia”. Mas isso não faz dele menor do que Messi e CR7, e se duas Copas do Mundo, uma delas como artilheiro da competição, e ser o segundo maior artilheiro da história das Copas, título que teve até 2014, antes de ser superado por Klose, o contexto histórico a que ele está inserido diz praticamente tudo.
Messi e Ronaldo acumularam temporadas na Espanha marcando dezenas e dezenas de gols. Ao mesmo tempo em que seus números são ridiculamente altos e há mérito nisso, há também de ser analisado o contexto em que esta chuva de gols aconteceu.
A verdade é que o Campeonato Espanhol não é um paraíso de craques. Times como Real Madrid e Barcelona dominam o cenário há décadas, raramente incomodados por Atlético de Madrid e, no passado, pelo Valencia.
Mas não há dúvida de que, em condições normais de temperatura e pressão, a La Liga já começa praticamente definida.
Será curioso, por exemplo, ver o que acontecerá no campeonato uma vez que Messi deixar a equipe catalã, seja por transferência ou aposentadoria. Será que o Barça vai manter uma dominância tão grande?
No contexto europeu, Messi e Ronaldo também exercem sua dominância rotineira. Ambos lideram com folga a artilharia histórica da Liga dos Campeões, mas podemos seguir uma linha bastante próxima à do Campeonato Espanhol. Obviamente há méritos nesta conquista, mas o nível técnico não é dos mais altos.
O melhor zagueiro da atualidade é o holandês Virgil Van Dijk, do Liverpool. Quanto a isso, não há dúvidas. Há, inclusive, muitos que o escolheram como melhor jogador do mundo este ano, mas Messi teve mais eleitores.
Há outros grandes defensores no futebol europeu, como Sergio Ramos, Thiago Silva, Marquinhos, de Ligt, entre outros.
Porém, mesmo estes jogadores ainda estão longe do nível técnico de jogadores como Paolo Maldini, Alessandro Nesta, Paolo Cannavaro e outros contemporâneos do Fenômeno, que conseguiu números absurdos jogando contra jogadores deste nível durante a maior parte da carreira.
A competição na parte da frente do campo também era muito mais acirrada na época de Ronaldo, com jogadores do gabarito de Dennis Bergkamp, Thierry Henry, Romário, Edmundo, Alan Shearer, Davor Suker, Pedrag Mijatovic e muitos outros atacantes que só não fizeram chover por seus clubes.
Como as carreiras de Messi e Cristiano já estão em seus finais, é difícil colocá-los à frente de Ronaldo. Só se um deles conseguir levantar a Copa do Mundo em 2022, última chance para ambos os craques. Caso contrário, Ronaldo permanece à frente nesta discussão, pelo menos para nós.
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