Como a eliminação na Copa do Mundo ajudou o meia brasileiro a ser decisivo no título da Conference League pelo time londrino
“O futebol te dá sempre uma nova chance de fazer melhor. Serviu como aprendizado. Quando fizemos o 2 a 1 na final da Conference League, faltavam pouquíssimos minutos. Na hora, veio na minha cabeça a Copa do Mundo. Pude chegar para os meus companheiros e falar – Olha só, não tem mais jogo. Faltam 3 minutos. Vamos chutar a bola pra fora, pra longe, não interessa, mas eles não podem mais jogar”.
Relato de um jogador que, apesar de ter apenas 25 anos, já viveu muita coisa no futebol. E, da tristeza da eliminação na Copa do Mundo, tirou uma lição que o ajudou a conquistar uma taça poucos meses depois.
O título da Conference League com o West Ham foi o primeiro de Lucas Paquetá na Europa. Aliás, apesar de todo o sucesso e reconhecimento que já tem, foi somente o terceiro troféu que levantou como jogador profissional. Antes, havia ganhado um Campeonatos Carioca pelo Flamengo e a Copa América de 2019 com a seleção brasileira.
O gol do título da Conference League foi marcado aos 45 minutos do segundo tempo. Com linda assistência do jogador brasileiro. Passe que, aliás, dá pra dizer também que só saiu por causa da experiência adquirida nos últimos anos: “Eu estava muito cansado. E estava todo mundo com receio de se expor e tomar o gol. Mas eu passo o jogo inteiro esperando uma bola daquela sobrar no meu pé, de frente, com espaço para colocar meu companheiro na cara do gol. Hoje em dia, tenho confiança no meu futebol pra arriscar nesse tipo de lance”, relatou durante conversa exclusiva com o time de esporte bets da Betway.
E que alegria esse passe proporcionou aos torcedores do West Ham! Uma geração inteira que nunca havia visto o clube ser campeão. Eram 43 anos sem taça. “A gente comemorou quando ganhou, mas ainda não tínhamos a dimensão do que esse título significou para os torcedores. Quando chegamos em Londres e fizemos a carreta, aí sim caiu a ficha do feito que conquistamos. Os torcedores emocionados, comemorando demais, cheios de energia”.
A jogada também é reflexo da adaptação de Paquetá ao futebol inglês e da diferença que o entrosamento faz. “No final da temporada, os jogadores de frente já haviam conseguido entender que quando eu pego a bola livre de marcação, tenho a capacidade de dar esse tipo de passe. Então eles começaram a fazer esse movimento”.
Maneira perfeita de terminar uma temporada movimentada, com mudança para a Inglaterra e, principalmente, a disputa da primeira Copa do Mundo. A decepção pela eliminação nas quartas de final ainda está lá, mas a experiência e o aprendizado falam mais alto: “Relembrar os momentos da Copa me deixa triste. Mas realizei meu sonho de criança, de vestir a camisa da seleção no mundial. E contra a Croácia, talvez tenha sido um pouco de excesso de vontade no momento, de querer marcar, recuperar a bola. Depois de 120 minutos, é difícil ter essa lucidez. Mas, como eu disse, aprendi muito com isso, e já sou um jogador melhor por causa daquele lance”.
Feliz pelo reconhecimento dos torcedores do West Ham e pelo futebol apresentado nos últimos meses, Paquetá está confiante que a segunda temporada na Inglaterra será ainda melhor. E, para terminar o nosso papo, ele elegeu o que mais gostou no primeiro ano em terras britânicas. Ah, para o torcedor do West Ham não ficar bravo: a regra era clara, ele tinha que falar dos clubes que enfrentou.
Estádio que mais gostou de conhecer e jogar?
Gostei muito do estádio do Manchester City. Achei muito irada a atmosfera, as cores. Bem bonito mesmo.
Jogador que mais te impressionou?
Bernardo Silva e De Bruyne. Pela maneira que eles enxergam e entendem o jogo. A inteligência nos passes, de saber a hora de acelerar o jogo e de segurar mais. A facilidade em achar os passes. Acho que me identifico com eles.
Defensor mais difícil que enfrentou?
Thiago Silva. Ele é um cara que lê muito bem as jogadas. E apesar da idade mais avançada, continua jogando em um nível muito alto. Não sei como explicar, mas ele corta muito o caminho, entende muito do movimento do adversário. Sem dúvida é um baita defensor.