Lionel Messi guarda com carinho o título olímpico com a seleção, em 2008, nos Jogos de Pequim; veja como foi a conquista
Lionel Messi tem um talento absurdo com a bola no pé, traduzido em exibições mágicas, títulos e números expressivos com a camisa do Barcelona. No caso da seleção argentina, a situação é um pouco distinta, e o camisa 10 sofre por não entregar o mesmo futebol e não conseguir repetir o sucesso de Diego Maradona.
Se no profissional Messi não levantou troféus de expressão (Copa do Mundo e Copa América), ‘La Pulga’ ao menos mostrou que teria um futuro promissor no esporte mais popular do mundo com as exibições na seleção de base.
Antes de brilhar nas Olimpíadas de 2008, em Pequim, na China, o atacante já havia participado da campanha vitoriosa da Copa do Mundo sub-20 de 2005. A Argentina derrotou o Marrocos na decisão, e Messi, eleito o melhor jogador do torneio, foi também o artilheiro (6 gols).
Depois que se profissionalizou, o camisa 10 ficou no quase. Seja em vices na Copa América (2007, 2015 e 2016), em que o próprio ídolo do Barcelona já desperdiçou cobrança de pênalti, ou na Copa do Mundo de 2014, quando a geração de Messi teve a grande chance de vencer o Mundial, no Brasil. Na decisão, o atleta teve uma atuação discreta e viu a Alemanha ficar com o título.
Ainda assim, é indiscutível o que Messi entrega ao futebol. Eleito seis vezes o melhor jogador do mundo, ‘La Pulga’ é uma das maiores lendas de todos os tempos.
Nas Olimpíadas de 2008, o craque brilhou ao lado de Di María e Sergio Agüero, principalmente. O título pela equipe albiceleste está guardado com muito carinho na história do gênio da bola.
“O título mais valioso é o das Olimpíadas, porque é um torneio que se joga uma vez na vida e que nos permite conviver com muitos atletas de várias modalidades”, disse Messi, em entrevista para a revista mexicana Esquire.
Abaixo, relembre a campanha da campeã Argentina nas Olimpíadas de 2008, em Pequim. O título foi conduzido pelo talento do gênio Lionel Messi mesclado com a experiência do também craque Riquelme.
Olimpíada para ficar na memória: Messi brilhou
Promovido ao profissional do Barcelona em 2004, Lionel Messi chegou nas Olimpíadas de Pequim, em 2008, levemente mais experiente do que era na Copa do Mundo sub-20 de 2005, por exemplo.
Ao lado dos novatos, Riquelme era o líder da seleção argentina em busca do bi nas Olimpíadas (Tevez, Heinze e companhia já haviam vencido a edição de Atenas, na Grécia, em 2004). E a geração de 2008 era tão boa quanto a anterior: além de Messi, o elenco ainda tinha Di María, Lavezzi e Agüero.
Na primeira fase, a Argentina confirmou o favoritismo: foram três jogos e três vitórias. A Costa do Marfim, sempre muito forte nos Jogos Olímpicos, foi a primeira vítima. Triunfo por 2 a 1, com gols de Messi e Acosta para os sul-americanos.
Austrália e Sérvia eram considerados adversários mais fáceis, e os Hermanos contaram com boas atuações de Messi. Lavezzi marcou nos dois jogos (1 a 0 diante dos australianos e 2 a 0 contra os sérvios), e a classificação em Pequim foi confirmada com 100% de aproveitamento.
Embalada e considerada favorita, a Argentina foi para as quartas de final contra a Holanda confiante no resultado positivo. E ele foi garantido no talento de Messi. O craque aproveitou saída errada, ganhou na velocidade dos zagueiros e driblou o goleiro. Ele ainda teve tranquilidade e mostrou muita categoria para colocar a bola entre o defensor e a trave e abrir o 1 a 0.
Em seguida, Bakkal empatou para Holanda e Di María, depois de passe milimétrico de Messi, cravou a vitória por 2 a 1.
Messi e Agüero: baile em cima do Brasil
À época, 2008, a seleção brasileira vivia, mais uma vez, a expectativa de vencer as Olimpíadas. O sonho da medalha de ouro, que só viria a ser conquistada no Rio de Janeiro-2016, foi adiado na China graças a Agüero e ‘La Pulga’, como é conhecido Messi.
Se o Brasil tentava de todo jeito vencer o único título que faltava em sua história, na semifinal o clássico sul-americano foi o ápice da campanha argentina naquele título tão marcante para o melhor jogador do país na atualidade.
Messi mostrou o que era capaz: infernizando a zaga brasileira da ponta para o meio, sua característica mais marcante, o canhoto ficou no quase no primeiro tempo após algumas boas chances criadas, inclusive uma em que driblou três adversários. Na etapa final, o atual camisa 10 iniciou a jogada e acionou Di María, que cruzou para Agüero: 1 a 0.
Melhor no jogo, a Argentina chegou ao segundo gol também com participação de Messi. Ele carregou a bola por quase toda a área brasileira, rolou para a direita e um novo cruzamento encontrou Agüero.
A inspirada dupla voltou a incomodar e cravou a eliminação do Brasil. Messi achou Agüero, que foi derrubado na área por Rafinha. Na cobrança, o experiente Riquelme converteu. Para marcar ainda mais a vitória no clássico, os argentinos viram Lucas e Thiago Neves serem expulsos. Triunfo com classe e com sobras.
Messi serve Di María e Argentina conquista o bi olímpico
Depois de vencer o Brasil com autoridade, a Argentina enfrentou na decisão dos Jogos Olímpicos de 2008 a poderosa Nigéria. A seleção africana era uma das favoritas do torneio e havia vencido a Bélgica na semifinal por 4 a 1.
Fugindo do jogo físico dos nigerianos, os Hermanos partiram no contra-ataque no segundo tempo e conseguiram o gol que rendeu o bicampeonato olímpico consecutivo. Messi recebeu no meio de campo e de forma muito rápida girou em cima da marcação e lançou Di María. O atacante partiu sozinho e, com bastante categoria, encobriu o goleiro para fazer o único gol do jogo.
No fim daquela campanha especial para Lionel Messi, quatro jogadores da seleção argentina terminaram com dois gols: além do camisa 10, Agüero, Lavezzi e Di María balançaram as redes duas vezes.