Draft da NBA agita os fãs do maior basquete do mundo na pré-temporada. Veja como as lendas passaram por ele
O draft da NBA é o momento auge da pré-temporada. É nele que as franquias passam pelas rodadas de escolha de novos jogadores e reforçam os times para o campeonato que começará logo depois.
Geralmente, os jogadores que são elegíveis para ingressar na liga vêm das universidades norte-americanas. Aqueles que já completaram os quatro anos de ensino superior, automaticamente se tornam disponíveis para a seleção dos times. Os atletas que se destacam antes de completar o período, precisam declarar sua elegibilidade e abrir mão do restante da faculdade.
Há também espaço para jogadores internacionais. Os que tiverem pelo menos 22 anos, são automaticamente colocados na seleção de escolhas. Já os garotos com menos de 22 precisam declarar o interesse pelo recrutamento.
Com todos os jovens inscritos, o draft acontece em duas rodadas. E há uma regra para definir quem começa: os 14 times que não vão aos playoffs são colocados em um pote que definirá a primeira escolha. O sorteio para determinar a ordem leva em consideração as campanhas da última temporada (ou seja, os piores têm mais bolinhas e mais chance de saírem antes).
Já os 16 times que foram aos playoffs ficam para o final. A ordem das franquias de maior destaque é baseada na campanha que cada uma teve na temporada regular.
Trocas, contas, mudanças de última hora, torcedores animados ou decepcionados com as estratégias de suas equipes. Esses costumam ser os sentimentos após cada draft, principal forma de entrada na liga norte-americano. Mas você sabe como foi essa experiência nos anos em que os maiores jogadores da história da NBA estiveram no draft? Será que eles sempre foram desejados?
Confira, abaixo, em ordem cronológica, como as grandes lendas do basquete passaram pela seleção dos times da NBA. Aqui, um spoiler: os craques nem sempre foram a primeira escolha nos anos em que estiveram legíveis.
Kareem Abdul-Jabbar – draft em 1969
Em 7 de abril de 1969, uma escolha mudaria a NBA para sempre. É porque o Milwaukee Bucks selecionou Lew Alcindor, de UCLA, como primeira escolha do draft. O que nem todo mundo sabe, no entanto, é que o garoto se converteria ao islamismo pouco depois e trocaria o nome para Kareem Abdul-Jabbar. Este, sim, se tornaria um dos maiores jogadores de todos os tempos.
Ao todo, são cinco títulos da NBA, seis vezes eleito o MVP e 19 vezes escolhido para o All-Star Game, além de dez participações na seleção da temporada. Jabbar fez história tanto nos Bucks como no Los Angeles Lakers.
Larry Bird – draft em 1978
O ano de 1978 teve Mychal Thompson como primeira escolha. O Portland Trail Blazers fez um acordo com o Indiana Pacers e conseguiu pegar o reforço inicial. Mas a escolha que mexeria com a NBA seria somente a sexta. O Boston Celtics, empatado com os Lakers como franquia com mais títulos da liga, 17 para cada, resolveu apostar no garoto Larry Bird, ainda que não tivesse garantias de que ele abriria mão dos dois últimos anos em Indiana States. Mas o casamento deu certo. Bird passou a frequentar o time a partir de 1979 e por lá ficou ao longo de seus 13 anos como profissional. Faturou três troféus da NBA, sendo o primeiro deles em 1981, contra o Houston Rockets.
Magic Johnson – draft em 1979
A rivalidade de Larry Bird e dos Celtics na década de 1980 era com os Lakers de Magic Johnson, outra lenda do basquete norte-americano. E o draft de Johnson guarda uma história divertida. Àquela época, a ordem de escolha dos piores times era definida por moeda.
O que aconteceu? Chicago Bulls e New Orleans Jazz haviam feito as campanhas de menos sucesso na temporada anterior. Só que o Jazz fez negociações envolvendo alguns jogadores e perdeu a oportunidade de disputa pelo número 1 do draft. Em seu lugar, os Lakers, que ganharam no cara e coroa e escolheram o garoto que brilhava no universitário.
À época, os gerentes das franquias sabiam que ter Magic Johnson no time poderia alavancar a equipe. Foi o que aconteceu em Los Angeles. O armador, eleito o MVP em três temporadas, ganhou cinco títulos da NBA. Em paralelo, os Bulls seguiram em má fase após a falta de sorte. E a escolha de Johnson influenciou, ainda que indiretamente, em um draft cinco anos mais tarde…
Michael Jordan – draft em 1984
É claro que, quando se fala das consequências da escolha de Johnson, reverbera no draft de 1984, quando simplesmente Michael Jordan estava disponível para escolha, e os Bulls seguiam entre as piores franquias. Incrivelmente, no entanto, ele não foi a primeira escolha. Naquele ano, o nigeriano Hakeem Olajuwon se tornou o primeiro estrangeiro a ser número 1. Ele foi adquirido pelo Houston Rockets.
O draft de 1984, para contextualizar, foi um dos mais épicos da história. Isso porque revelou vários jogadores que mais tarde entrariam para o Hall da Fama do basquete. O próprio Olajuwon, Charles Barkley, John Stockton e, claro, Michael Jordan.
Falando especificamente de Jordan, o ala-armador, considerado por muitos o melhor de todos os tempos, foi a terceira escolha do draft, pelo Chicago Bulls. E a sua chegada simplesmente transformou a franquia: foram seis títulos da NBA, cinco vezes eleito o MVP, 13 vezes no All-Star Game e seis vezes MVP das finais. Depois da saída de Jordan, os Bulls nunca mais conseguiram ser protagonistas na competição.
Kobe Bryant – draft em 1996
O draft de Kobe Bryant em 1996 foi interessante porque o lendário jogador já sabia de seu potencial bem cedo. Aos 17 anos, ele resolveu ‘pular’ a universidade e se inscrever para participar da maior liga de basquete do mundo diretamente. E ele conseguiu, sendo fruto de uma troca entre Charlotte Hornets e LA Lakers. Aqui, vale destacar, o futuro do craque na NBA poderia ter sido totalmente diferente caso algum dos 12 times antes dos Hornets o escolhesse.
Pronto para estrear na liga, o garoto não pôde nem assinar seu primeiro contrato, pois ainda não tinha completado a maioridade. Coube, então, ao pai do atleta se responsabilizar pelo acordo. Mas a história mais legal de seu draft, que Kobe revelou antes de falecer, foi sobre como tomou a decisão de que iria do college para a liga de uma vez.
Indeciso sobre que rumo dar à carreira, o ‘Black Mamba’ não entrava em consenso com um amigo, que dizia para ele ir à faculdade. Voltando de Nova Iorque de trem, ele e o amigo abordaram uma menina, também adolescente, sentada ao lado da mãe de Bryant, e contaram a história. A jovem ouviu atentamente e disse que o atleta deveria seguir seus instintos. Pronto, foi o suficiente para ele se inscrever no draft e se tornar um dos maiores de todos os tempos.
LeBron James – draft em 2003
“Ele é tão habilidoso quanto Kobe Bryant e Kevin Garnett eram quando tinham a mesma idade, mas fisicamente é muito mais imponente. Não acredito que exista nenhuma pessoa razoável no meio do basquete que perderia a chance de pegar LeBron James nesta primeira escolha. É decisão absolutamente óbvia. Ele tem tudo o que é preciso para se tornar um grande jogador na NBA”, disse Jay Bilas minutos antes do draft de 2003. A fala do ex-jogador e comentarista da ESPN americana à época dá o tom do que se esperava daquele draft.
LeBron James seria a primeira escolha. Tinha todos os holofotes naquela noite e nenhuma franquia duvidava que esta seria a ação do Cleveland Cavaliers, time que começaria a rodada de seleções. Hoje aos 35 anos, LeBron soma quatro títulos da NBA e renovou por mais dois anos com o atual campeão LA Lakers.
A liga de basquete norte-americana é (e sempre foi) realmente repleta de lendas. A temporada 2020/21 que o diga. Fique de olho nos próximos jogos e aproveite para fazer suas apostas na NBA.
