O Manchester City passou por uma verdadeira revolução em 2008. O clube foi comprado pelo Sheik Mansour, bilionário dos Emirados Árabes que passou a injetar uma fortuna, principalmente no futebol.
O time masculino, que não era campeão inglês há 50 anos, passou a receber estrelas como Aguero, David Silva, Vincent Kompany. De lá pra cá, já são quatro títulos da Premier League.
Demorou um pouco mais, mas a revolução também chegou na equipe feminina. Em janeiro de 2014, o Manchester City deu início a um projeto ousado: fazer as mulheres ter tanto sucesso quanto os homens do clube.
O primeiro título de expressão veio em 2016: a Women’s Super League, ou campeonato inglês. Já são duas Copas da Inglaterra também. O sonhado título europeu ainda não veio, mas já são duas semifinais, em 2016/17 e 2017/18. Hoje, o time conta com estrelas como Steph Houghton, capitã do City e da seleção inglesa, quarta colocada na última Copa do Mundo.
O projeto enche de orgulho Gavin Makel, diretor do futebol feminino desde 2014: “A razão por trás disso é que somos um clube de comunidade, é o nosso coração, é a nossa origem. Você pode ser homem, mulher, tanto faz, esse é um clube que coloca o coração em tudo que faz. Então fez muito sentido pra gente iniciar esse projeto”.
O time feminino usa a City Football Academy como base: São 16 campos de futebol, academia, o que há de mais moderno em preparação física, recuperação de atletas, alojamentos. Já o City Academy Stadium, estádio onde as mulheres jogam, tem capacidade para sete mil pessoas. e não é só isso.
Steph Houghton conta que, anos atrás, seguir imaginava que poderia estar usufruindo de uma infra-estrutura tão grande e completa: “Antes de vir pra cá, eu treinava uma, duas vezes por semana no Arsenal e nos outros clubes que joguei. Agora posso sentar aqui e dizer que sou uma jogadora profissional todos os dias. Acho que o Manchester City ensinou isso para o resto da Liga”.
Assista a entrevista completa abaixo!
O Manchester City se tonou uma potência na Inglaterra. Hoje é, ao lado do Arsenal, favorito em todos sites de futebol bets para levar os títulos mais importantes. E a profissionalização da equipe serviu sim de exemplo para a liga, que também foi profissionalizada na temporada passada. Agora, todas as mulheres de todos os 12 times são jogadoras de futebol em tempo integral. Um sonho para as jogadoras do Brasil…
O Campeonato Brasileiro feminino hoje conta com 16 equipes. A modalidade cresceu muito depois que todos os clubes da primeira divisão masculina passaram a ser obrigados a ter um time de mulheres. É o caso do Palmeiras, que voltou a ter uma equipe feminina apenas em 2019. Rosana, veterana com duas medalhas de prata em Olimpíadas, chegou esse ano e é um dos destaques do time: “ É claro que a obrigatoriedade foi o incentivo que faltava para os clubes. Mas realmente acredito que estamos dando passos importantes para a modalidade, e não há mais como voltar atrás”.
A Copa do Mundo de 2019 foi um sucesso no Brasil e no mundo. A FIFA estima que mais de um bilhão e cem milhões de pessoas assistiram a competição. A modalidade nunca teve tanta notoriedade. Parece que realmente não tem mais volta.