Ex-atacante brasileiro, Cacau conversou com a Betway e falou sobre conquista da Bundesliga e disputa da Copa de 2010
Não é exagero dizer que Cacau é um dos maiores ídolos do Stuttgart. Afinal, é o quinto maior artilheiro da história do centenário clube, fundado em 1893. No Campeonato Alemão, ele marcou 88 gols em 307 partidas.
O atacante brasileiro foi uma das principais peças do time que foi campeão da Bundesliga na temporada 2006/07. Em entrevista à Betway, ele deu detalhes sobre aquela campanha histórica: “Lembro que, antes de a temporada começar, a gente achava que o objetivo era ficar longe da zona do rebaixamento”, recorda o ex-jogador. Aquele foi o quinto e até então último título alemão do Stuttgart.
O desempenho do brasileiro o fez ser convocado 23 vezes para a seleção alemã. Cacau participou da Copa do Mundo de 2010 e deixou sua marca: balançou a rede na estreia, contra a Austrália. “Foi o pico de emoção da minha carreira. Cresci assistindo à Copa do Mundo. Estar lá e ainda fazer um gol foi surreal”, disse.
Depois de passar pelas categorias de base do Palmeiras e do Nacional, de São Paulo, Cacau foi para a Europa aos 19 anos. Na Alemanha, primeiro jogou pelo modesto Türk Gücü München. Depois, foi para o Nuremberg, e finalmente, em 2003, foi contratado pelo Stuttgart, clube que defendeu por 11 anos.
Em entrevista ao blog, o ex-atacante, hoje com 42 anos, falou sobre a vida na Alemanha e as dificuldades que os brasileiros encontram na Europa. Confira a seguir.
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Qual é a maior dificuldade para se adaptar à Alemanha?
O frio é pesado, mas o maior desafio é a cultura e o idioma. É uma realidade totalmente diferente. O alemão é mais retraído, mais fechado. Não tem o calor humano que estamos acostumados no Brasil. E pra complicar ainda mais, o idioma é muito difícil. Mas eu não tinha outra maneira de me estabelecer aqui, precisava aprender o idioma. Então estudava em casa com livros e, na época, fitas cassete. Ouvia, praticava fora de casa, lia, praticava fora de casa. Isso foi me ajudando a entender mais, a ser entendido, e com isso você consegue ter melhores relacionamentos, melhorando também a questão cultural. Isso é um passo fundamental para a adaptação na Alemanha.
Hoje, você se sente um alemão?
Em poucos lugares você teria essa experiência, de se sentir fazendo parte do país, sentir pertencimento mesmo. Faço parte do sistema, posso ir para qualquer lugar sem ver gente me olhando torto, me tratando como um estranho. Em nenhum outro país senti esse respeito, então acho que a Alemanha faz isso muito bem.
Como foi a decisão de virar um cidadão alemão?
Depois de oito anos vivendo na Alemanha, já com direito de tirar a cidadania, eu conversei com a minha mulher e decidimos que seria bom. Principalmente para as crianças, terem a oportunidade de viver e estudar na Alemanha. Fizemos todo o processo sozinho. Nem o clube ficou sabendo. Só se tornou público depois que já estávamos com o passaporte. E a partir daí começaram os rumores sobre a seleção alemã.
Você participou da Copa de 2010. Acha que ali foi plantada a semente para o título de 2014? Vê tudo como parte do mesmo projeto?
Realmente foi um trabalho pensado, um planejamento para desenvolver novos talentos para a seleção. E acho que o que acabou ajudando muito foi essa miscigenação, essa mistura. A Alemanha tinha o Ozil, Klose, Podolski, Khedira. Jogadores com raízes diferentes. A maioria nasceu e cresceu na Alemanha, claro, mas as origens diferentes trazem um pouco de flexibilidade e versatilidade dentro do campo. O improviso. Isso ajudou muito a Alemanha, nessa mentalidade de disciplina que o país tem.