Os campeões mais inusitados da Champions League

Maior competição de clubes do mundo, Liga dos Campeões já contou com campeões ‘alternativos’ ao longo de sua história. Relembre os mais inusitados
Considerada por muitos a principal competição de clubes do mundo, a Liga dos Campeões da Europa movimenta milhões ano a ano e proporciona verdadeiros espetáculos para o futebol. Disputada em formato com fase de grupos e mata-mata desde 1992, quando mudou para o nome atual, a Champions League geralmente premia os gigantes clubes do Velho Continente temporada a temporada.
Devido à globalização do futebol, que concentrou as principais fortunas em poucos times do continente -- estes, consequentemente, compram os melhores jogadores em atividade --, a Champions raramente convive com uma zebra.
Desde a temporada 1992/93, a primeira com o novo nome, somente Olympique Marseille (92-93) e Porto (03-04) podem ser considerados vencedores “inesperados”, ainda que sejam clubes enormes em seus países.
A situação muda, porém, especialmente quando a competição ainda se chamava Copa dos Campeões da Europa. Mais antigamente, o torneio já viu diversos times secundários, e não tão conhecidos atualmente, sagrarem-se campeões.
Relembre algumas equipes que já estiveram no lugar mais alto da Champions e você provavelmente não sabia.
Estrela Vermelha (Iugoslávia) - 1990/91
O título do Estrela Vermelha foi o último antes que a competição mais importante da Europa mudasse o nome. E representou muito à época. Isso porque o clube se tornou o segundo do Leste Europeu a vencer a Copa dos Campeões, e a taça veio em um momento delicado. A vitória por 5 a 3 nos pênaltis, contra o Olympique Marseille, misturou-se aos problemas do país em guerra por independência. A conquista também chamou a atenção para o futebol disputado na Iugoslávia, tradicional seleção nas primeiras edições da Copa do Mundo.
Steaua Bucareste (Romênia) – 1985/86
Antes do Estrela Vermelha, o único time do Leste Europeu que havia vencido a Copa dos Campeões era o Steaua Bucareste. Os romenos, que frequentemente participam das edições atuais do torneio, mas que não têm força para avançar até as fases finais, derrotaram o Barcelona também nos pênaltis, por 2 a 0, na temporada 1985/86. Aquela equipe com orçamento modesto e desacreditada pelo título marcou a ‘geração de ouro’ da Romênia.
Hamburgo (Alemanha) – 1982/83
Fundado em 1887, o Hamburgo é um dos times mais tradicionais da Alemanha, mas não consegue, atualmente, fazer frente ao Bayern de Munique e ao Borussia Dortmund. Até por isso, é muito difícil imaginar a agremiação brigando pelo título da Liga dos Campeões nos dias de hoje, mas isso já aconteceu, e com êxito, no início da década de 1980.
Na decisão de 1982/83, realizada no Estádio Olímpico de Atenas, na Grécia, para 75 mil pessoas, os alemães venceram a Juventus por 1 a 0. Mais tarde, o Grêmio de Renato Gaúcho venceria o Hamburgo na final da Copa Intercontinental (considerada a competição que antecedeu o Mundial de Clubes da Fifa).
Nottingham Forest (Inglaterra) – 1978/79 e 1979/80
Pouca gente sabe, mas a Inglaterra já foi dominada por um time que não fosse Liverpool, Manchester United ou Aston Villa (era tradicional em décadas passadas). O Nottingham Forest se projetou ao final dos anos 1970 e não se contentou com apenas um título da Copa dos Campeões.
O bicampeonato consecutivo marcou o reinado breve, porém simbólico do clube na Europa. Entre os destaques, o time contava com Viv Anderson (o primeiro negro a vestir a camisa da seleção inglesa) e com o técnico Brian Clough. O ex-treinador é considerado uma lenda no futebol inglês e até ganhou um documentário (Eu acredito em milagres) na Netflix.
Feyenoord (Holanda) – 1969/70
O Ajax é o principal clube holandês na atualidade, com quatro troféus da Liga dos Campeões e mais dois vice-campeonatos. Mas o que pouca gente sabe é que o primeiro representante do país a vencer a Copa dos Campeões foi o Feyenoord.
O título em 1969/70, o primeiro do técnico Ernest Happel (o austríaco seria campeão com o Hamburgo em 1983), marcou as primeiras apresentações do futebol holandês que viria a encantar o mundo na Copa de 1974, com Johan Cruyff e companhia. Troca de passes e agressividade incomuns para a época fizeram que o troféu viesse, após vitória em cima do Celtic, por 2 a 1, na prorrogação.
Celtic (Escócia) – 1966/67
Tradicional clube europeu até mesmo atualmente, o Celtic não tem força e capacidade para brigar pela Liga dos Campeões em 2020, só que carrega uma história riquíssima e que guarda momentos de ouro nas décadas de 1950 e 1960.
A coroação da importância dos escoceses no cenário europeu veio na temporada 1966/67. O Celtic venceu a já poderosa Inter de Milão na final, por 2 a 1, e se tornou o primeiro britânico a levantar a taça. No âmbito nacional, nenhum outro clube da Escócia conseguiu repetir o feito.
Aqui, uma ressalva: a Inter de Milão, bicampeã do torneio à época, era amplamente favorita na decisão, seja pela tradição em anos anteriores (venceu em 63/64 e em 64/65), seja pelo elenco famoso e com jogadores badalados, como Sandro Mazzola e Mauro Bicicli. Os escoceses, azarões naquela partida, surpreenderam os 45 mil torcedores presentes no Estádio Nacional, em Lisboa (Portugal).
E a temporada 2020/21 da Liga dos Campeões? Quem vai levantar o caneco? Aproveite o início do campeonato para fazer suas apostas na Champions League.