Os e-sports vêm tomando o mundo como uma onda imparável. Cada vez mais jogos competitivos são criados, na esperança de serem o próximo counter strike.

Claro, a competitividade faz parte dos games. Ainda que haja jogos onde o objetivo é cooperar, o final sempre tem algum objetivo vitorioso, seja vencer em número de pontos ou sobreviver. É a essência dos jogos, afinal.

Mas mesmo jogos que tinham essa competição de forma mais leve e clara, estão se tornando lugares onde a competição se tornou algo implacável. Com o aprimoramento da experiência online para consoles na geração passada (PS3 e X-BOX 360), isso se tornou ainda mais comum. Jogos como Fifa, onde o objetivo era simplesmente jogar partidas e vencer, ganhou contornos muito mais competitivos com o advento do modo Ultimate Team, onde jogadores criam seus times, contratam jogadores e tentam se qualificar para campeonatos mundiais. Claro, apenas uma pequena parcela consegue sucesso, mas isso não impede uma massa enorme de pessoas de tentar. Adicione isso ao fato de que muitos gastam dinheiro real comprando caixas de jogadores surpresa, na esperança de melhorarem seus times rapidamente para começarem a talvez ganhar dinheiro ao invés de gastar, e você tem uma pessoa extremamente competitiva.

Esse nível de competição, no entanto, tem afastado jogadores recreacionais. Mesmo no Fifa, a principal reclamação de um grupo de jogadores que não são fãs do modo Ultimate Team, é que outros modos de jogo do game, como o Carreira, foram deixados de lado, já que eles não rendem dinheiro para a produtora.

Há um movimento crescente de players que buscam cada vez mais jogos em modo Single Player, com histórias robustas e bem amarradas, com gráficos de alta resolução, capazes de divertir jogadores que não têm interesse em ganhar dinheiro com videogames, pelo menos não como jogadores.

Há alguns anos, no início da febre dos e-sports, o volume de jogos de alto orçamento focados em histórias ao invés de competições multiplayer caiu drasticamente. Isso se intensificou com a criação de jogos chamados de battle royale, que normalmente são gratuitos (casos de Fortnite, Call of Duty: Warzone, Apex Legends e muitos outros) e funcionam como serviço, deixando a parte de monetização totalmente opcional, algo que acaba atraindo apenas os jogadores mais assíduos.

No entanto, e já respondendo a pergunta principal do artigo, um movimento grande de fãs insatisfeitos resolveu abrir a boca, mostrando que sim, há espaço – ou mercado – para jogos mais recreacionais, para quem quer curtir a história sem ter que lidar com outras pessoas ao longo do caminho.

Um caso famoso deste movimento foi na produção de Star Wars: Battlefront II. O game produzido pela mesma companhia que desenvolve o Fifa, em seu primeiro lançamento, era totalmente focado no modo multiplayer. Havia apenas um modo de jogo, onde os imperiais e rebeldes lutam por controle de lugares famosos da franquia de George Lucas.

Quando foi anunciado que um segundo jogo seria lançado, os fãs fizeram muito barulho, pedindo um modo single player, com uma história, ao invés de lutar com bots em missões repetitivas em sem conexão uma com a outra. O movimento ganhou força e o apoio de ninguém menos que John Boyega, ator que interpretou Finn nos episódios VII, VIII e IX da saga. Gamer declarado, Boyega fez inúmeros pronunciamentos em seu Instagram pedindo que uma campanha single player fosse adicionada para atender o desejo de um grande grupo de jogadores que está mais interessado em uma história do que em matar outros jogadores incessantemente. O apoio funcionou e o Battlefront II não só ganhou uma história só sua, como foi uma história amarrada à nova trilogia, fazendo o papel que Rogue One fez no cinema, tapando um buraco entre episódios.

Situações como essa mostram que ainda há muito espaço para jogadores interessados em jogos solitários, onde sequer haja microtransações dentro do jogo. A Lucas Arts entendeu o recado e lançou no início do ano o game Jedi: Fallen Order, um jogo totalmente single player, com uma história longa e densa, do jeito que os fãs de jogos de aventura em terceira pessoa gostam. Claro, o game foi um sucesso massivo.

No fim do dia, fica claro que a mentalidade do comprador de jogos está cada vez mais complexa. Há os que preferem as coisas à moda antiga, mas há uma nova geração em busca de jogos que testem suas habilidades de forma muito mais intensa, o que é uma boa notícia para os produtores de games, que encontram mercado em praticamente qualquer nicho de consumidores atualmente.

 

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